Márcia Barreto
O cemitério Campo Santo foi criado em Salvador, no ano de 1836 para que a população tivesse um espaço para chorar os seus mortos, já que nesta ocasião estava proibido o enterro de pessoas nas igrejas. Após um ano de inauguração, o cemitério foi parcialmente destruído após ser invadido pelo movimento Cemiterada, que era contra o enterro das pessoas fora do espaço da igreja.
Após a destruição, o Campo Santo foi adquirido pela Santa Casa de Misericórdia no ano de 1840, quando foi dado início às obras de reconstrução. A Capela só foi construída 30 anos depois devido à falta de recursos. O projeto da capela em estilo Gótico que é um dos pontos de destaque do acervo do cemitério, foi assinada pelo arquiteto Carlos Croezy e só ficou pronta quatro anos após o início das obras.
O Campo Santo é um dos cemitérios mais tradicionais da cidade, constituindo-se também num acervo de inestimável valor histórico e arquitetônico. Os mausoléus são ornamentados por magníficas estátuas, e obras de artistas plásticos conhecidos internacionalmente como Lina Bo Bardi que assina mausoléu da família Odebrecht, um dos mais belos do acervo. Um mausoléu de dois andares com terraço ajardinado que teve a colaboração de ninguém mais que Carybé. È lá também, que está enterrado o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, no mausoléu da família. O acervo reúne mais de 60 obras de arte.
Com o objetivo de tornar possível o acesso das pessoas a arte cemiterial, a Santa Casa de Misericórdia realiza um “Tour Cultural” em visita aos principais túmulos, jazigos e mausoléus do cemitério, que é considerado um museu a céu aberto. O tour foi planejado por um grupo de museólogos, arquitetos e especialistas em arte cemiterial. A visitação ao acervo é monitora por um guia turístico.
Em breve traremos fotos das obras, exposta a céu aberto, com tamanha riqueza de detalhes, encontrada pelos visitantes do Campo Santo.
